Cartas que não te entreguei #7

14:12



Querido Amigo,


Perdoe-me pelo o que vier a ler, talvez seja até um ato egoísta meu, mas é que eu preciso desaguar. Não sei porquê, mas foi a você que escolhi para me ‘ouvir’. Na verdade é porque acho que só você me entenderia. Acho que “o mundo” não está preparado para me ter por completa. Entende? Como se não fosse cabível expor tudo o que você é, pois ninguém vai te entender e aceitar, talvez por isso sempre venho pisando com cuidado e me doando com limite. 

O fato é que todos querem um pedaço de mim, como sangue suga, querem um pouco do meu sangue. Mas quando estou em pedaços, estraçalhada, tenho que catar - sozinha - os cacos de mim, tratar de me recompor, levantar a cabeça, sorrir e fingir que está tudo bem. Descobri que “o mundo” quer o que lhe convém. Quer ‘doces, brilho e flores’. Eu também quero. Quem não quer? Só que “o mundo” já me fez provar ‘o azedo, o gris e o espinho’. Mas nesses momentos não me faço de vítima e não tento culpa-lo por tudo. Eu reconheço e estou aprendo a cada dia lidar com minhas escolhas erradas. 

O que não quero mesmo é que “o mundo” jogue todas as frustrações em mim, como se fosse minha toda a culpa do universo. CULPE AS ESTRELAS, o além... O que quiser. Mas não a mim. 

Sabe, eu não preciso de mais motivos para desejar evanescer... 

É, me perdoe por te trazer minhas dores. Logo eu. Eu que te desejo todos os ‘doces, brilho e flores’ do universo! 


Uma Amiga




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