Com todos os percalços e glórias me fiz o agora

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Para ler ao som de Firework - Katy Perry

Quem olhar para mim não verá o quanto mudei nesses trezentos e poucos dias. A dieta não funcionou, não cresci, malmente mudei o cabelo, mas já cá dentro amigo... Revolucionei! Fui de inverno a verão, de Salvador a Groenlândia; percorri extremos. Mudei gradualmente, é verdade, mas intensamente. E não digo que foi por livre escolha, a rotação do mundo nos impõe isso.

O que quero dizer é que se eu pudesse manejar e interferir no que acontecer ou não num ano certamente já começaria modificando todo o dia primeiro, mas não fui dotada com esse poder e, com sinceridade, hoje agradeço por isso. Agradeço porque com todos os percalços e glórias me fiz o agora, a quem hábito em paz de ser eu. E deixa eu te contar: não há sensação melhor, mais digna! Tu já tentou ser você? Assim sem firulas, frescuras, sem formalidade, sem ser uma versão com filtros apenas pra gerar likes? Imperativamente te digo: SEJA! 

Se me conhece sabe que sempre fui de fazer planos, desde listas de afazeres da semana até passar horas mobiliando mentalmente a minha casa imaginaria, mas o que muito me aconteceu foi traçar caminhos para por fim percorrer totalmente o oposto. Não esperneei quando as coisas não saíram como arquitetei e um dos maiores feitos foi saber me sarar sem precisar o mundo saber ou se penalizar do estrago e conflitos internos; amadurecimento que se chama, né? Aprendizado.

Sendo a vida uma escola, notei que ser professor é mais sobre questionar, buscar e aprender do que ensinar. E se tem uma coisa que a vida ensina é a "se virar", suar, dar seus pulos com coisas que no fim parecem ser apenas sua obrigação. É como passar de ano, entregar o boletim a sua mãe e ouvir: "nada mais que seu dever". Então, se não quiser se frustrar mate seu leão por dia, ou seja lá o que for, faça pelo motivo certo, não por reconhecimento. Apenas dê o seu melhor, pois a lei regente trata de devolver a paz e tudo o que você plantar.

Logo, aprendi a ser mais paciente, deixar o bendito tempo agir. Permiti ele cuidar dos laços que se desfizeram, das perdas que vieram, das catástrofes imprevisíveis e tudo mais que não tenho o poder de ajeitar. Embora algo em mim queira consertar e viver em paz com o mundo ser resiliente também é saber esperar.

Esse ano não me tornou um ser perfeito, mas me ensinou a tentar ser melhor pelos próximos que estão por vir. Fui ao mais profundo poço, convivi com morcegos, mas ressurgi — até então — na melhor versão de mim. Não ganhei asas, mas aprendi a voar. E cá de cima vejo com clareza, tenho orgulho e sinto imensa gratidão por tudo o que tenho, por tudo o que ainda vou conquistar, por tudo o que superei, por tudo o que ainda vou suportar, por quem me criei, ainda mais por quem hei de me tornar.


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